quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Da extensão universitária que temos à extensão universitária que queremos
















Ao  tratarmos da extensão universitária, é importante superarmos o mito da neutralidade positivista e analisar o posicionamento político desses projetos de extensão. A nível geral podemos classificá-los, tendo como referencial sua prática pedagógica e marco teórico, em assistencialistas e emancipatórios. Falando mais especificamente das práticas jurídicas (universitárias ou não), faremos a caracterização em serviços legais tradicionais x serviços legais inovadores e em assistência jurídica x assessoria jurídica.


Vladimir de Carvalho Luz aponta que a prática assistencialista prioriza os interesses individuais dos assistidos através de uma orientação paternalista dos extensionistas, com um caráter quase que filantrópico - o indivíduo é encarado como um ser isolado, dissociado das contradições sociais e históricas do mundo em que vive. Além disso, não existe uma comunicação entre os saberes dos extensionistas e dos assistidos, mas sim, uma transmissão da teoria acadêmica para aquela realidade concreta, que tem suas particularidades e não segue a uma lógica ideal.


Já os projetos emancipatórios não buscam encontrar as soluções para o povo, mas sim com o povo: pois a  educação é comunicação, é diálogo, na medida em que não é a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados. O estudante assim, confere ao seu conhecimento uma função social, colocando-se como um dentre os participantes de uma luta estrutural que beneficiará a toda uma comunidade. 



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